
Dentro da noite e O bebê de tarlatana rosa: Dois contos de João do Rio
Failed to add items
Add to basket failed.
Add to wishlist failed.
Remove from wishlist failed.
Adding to library failed
Follow podcast failed
Unfollow podcast failed
Buy Now for £7.19
No valid payment method on file.
We are sorry. We are not allowed to sell this product with the selected payment method
-
Narrated by:
-
Yuri Ribeiro
-
By:
-
João do Rio
About this listen
Em "Dentro da noite", Rodolfo conta a um amigo, durante uma viagem de trem, sua compulsão em espetar moças com alfinetes. Ele começou por sua noiva, sentindo a necessidade inexplicável de machucar a pele branca de seu belo braço, fazendo-a sofrer. Ela aceita passivamente a tortura, revelando-se a vítima perfeita para o sadismo do noivo. Até que o rito é interrompido quando o pai descobre e desfaz o compromisso. Rodolfo, então, procura prostitutas, que passam a desprezá-lo por sua crueldade inofensiva. Enfim, ele passa a atacar jovens aleatórias na rua, vítimas de oportunidade. Já em "O bebê de tarlatana rosa", Heitor relata uma aventura de Carnaval a um grupo de amigos: ele encontrou, durante os bailes, uma moça atraente vestida de bebê; em certa oportunidade, os dois se afastam da multidão para namorar; o rapaz, incomodado com o nariz postiço de sua companheira, arranca-o e descobre um buraco no lugar do verdadeiro nariz. Enojado com a situação e furioso com o bebê, ele acaba indo embora. Uma explicação possível para a ausência de nariz do bebê seria a doença da sífilis, muito temida na época e associada ao homossexualismo. O bebê também poderia ser um homem, conforme sugere o personagem Anatólio. No início do século XX, a prática homossexual era socialmente condenada. Além disso, a época do Carnaval remete a um ambiente de luxúria, que perpassaria, durante alguns dias de liberação, as regras impostas pela boa conduta. O companheiro fantasiado de Heitor, de uma forma ou de outra, representaria a ultrapassagem de um limite. Apenas durante o Carnaval ele tem liberdade de circular sem ser percebido como uma figura repulsiva e uma ameaça em potencial, já que pode transmitir sua doença a outros. A situação bizarra da narrativa também permite classificar o personagem do bebê como um monstro grotesco.
©2024 João do Rio (P)2024 Pop Stories